segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fazer falta, sentir falta. Saudades!

E mais uma vez começo meu texto falando que não posto nada a muito tempo; mas muuuito tempo mesmo dessa vez! Não tenho razão, mas escrever sempre não é pra mim, e não tenho paciência.. mas cá estou de volta.
A viagem tá cada vez mais perto da reta final, e agora eu olho pra trás e vejo como passou rápido, e como tanta coisa mudou em pouco tempo. Parece que foi ontem que eu estava indo embora do Brasil praticamente forçada e esperneando dentro do avião. Parece que foi ontem que eu rejeitava me adaptar à Vancouver e chorava todos os dias. E hoje estou aqui, fazendo as últimas coisas e totalmente apaixonada pelo Canadá - principalmente por British Colombia, Vancouver - e divida entre voltar ou ficar (vou voltar, podem ficar tranquilos!).
É estranho ver como bate a falta de uma coisas bestas, como escutar o telefone tocando no meio do banho, ver floriculturas cheias de arranjos rídiculos, de andar de carro, de todos os abraços e o quentinho especial de cada um deles, e de todas as coisas óbvias que sentimos falta. Mais duas situações em especial me fizeram pensar sobre isso.
A primeira foi no metrô, um casal de 50 e poucos anos, ou bem acabados, e meio louquinhos a princípio, até ela sentar perto de onde eu estava em pé - metrô em toronto é loucura- e eu comecei a reparar realmente nela. Ela tirou uma agendinha da bolsa, dessas meio diário, e logo na contra capa tinham várias fotos, algumas iguais, e todas da mesma pessoa, me pareceu ser alguém que tinha falecido, e me pareceu ser o filho dela. A expressão no rosto dela de saudades e de tristeza por não tê-lo por perto me tocou. O jeito de negação com que ela balançava a cabeça por tê-lo perdido, e o jeito como ela acariciava a foto como se pudesse tocá-lo foram o suficiente pra encher meu olho de lágrima. Era uma cena da qual não iria me tocar tanto à 5 meses atrás, mas sentir falta de vocês me fez ver como fotos podem nos fazer sentir mais perto, e agradecer por ter vocês ainda aqui comigo, mesmo que distantes.
A outra foi agora, quando eu escutei uma batida fraquinha na porta do meu quarto. E depois de passar uma semana sem ver os meus pequenos hostbrothers, eu senti falta de ter mil e um brinquedos pela casa, e acordar as 8am com crianças correndo pelo casa. Quando abri a porta era o Noah (de 4 anos) com um pijaminha do buzz lightyear, e ele simplesmente começou a pular e se agarrar em mim igual um bicho preguiça, sempre escorrengando e caindo no chão. Ele ficou repetindo isso mil vezes e eu não tava entendendo o que ele queria. Até que eu o peguei no colo, abracei bem forte, e fiquei balançando-o. E quando soltei, ele virou as costas e subiu pra ir dormir. Foi aí que percebi que ele sentiu minha falta e só veio pedir um abraço de boa noite depois de ter ficado tanto tempo sem me ver. E eu fiquei extremamente feliz com isso!
Acho que ai tá um grande segredo do intercâmbio.. essa coisa de marcar a vida das pessoas em pouco tempo, e delas marcarem você. De amizades e pessoas, que mesmo que você não mantenha contato vão estar com você a sua vida inteira, e você vai estar com elas também. E acho que é por isso que sinto tanta falta de Vancouver, além da cidade ser linda, eu sinto falta das pessoas de lá e o jeito especial que cada uma delas me marcou. Assim como sinto falta das pessoas do Brasil, e consegui ver quem sente a minha também, além de sentir o abraço de cada um, só de pensar em estar com vocês. Aí é que a gente descobre o verdadeiro sentido da palavra brasileira e com orgulho: saudade!

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